Nesta emissão os Correios prestam uma homenagem ao Circo brasileiro, enfatizando a vida de um dos maiores palhaços brasileiros de todos os tempos, o Palhaço Pioíin, cujo centenário de nascimento ocorreu em 1997. Também se faz referência à Escola Nacional de Circo, fundada em 1982, que comemorou em 1997 seus 15 anos de existência. Graças a ela, jovens de todas as classes sociais têm a possibilidade de aprender as técnicas e os segredos desta arte milenar.
PALHAÇO PIOLIN
Filho de Galdino Pinto e Clotilde Farnesi, Abelardo Pinto (conhecido como Piolin) nasceu em Ribeirão Preto/SP em 27 de março de 1897, no Circo Americano de propriedade de seu pai.
Piolin, um dos mais queridos palhaços brasileiros, foi reconhecido pelos intelectuais da Semana de Arte Moderna, movimento artístico e literário realizado em fevereiro de 1922, como exemplo de artista genuinamente brasileiro e popular. Na data de seu nascimento comemora-se, no Brasil, o Dia do Circo.
Como todo artista de família tradicional circense, o jovem Abelardo aprendeu acrobacia, ciclismo, contorção e estudou música - tocava violino e bandolim. O circo de seu pai contava com uma das melhores trupes de todos os tempos.
Piolin herda o circo do pai e com seus sobrinhos e filhos mantém, no largo do Paissandú, em São Paulo, por mais de 30 anos, o Circo Piolin”.
O nome Piolin surgiu durante um espetáculo beneficente em que contracenava com artistas espanhóis. Foi batizado de “Piolin” (barbante) por ser magro e ter as pernas compridas.
Faleceu em São Paulo, no dia 4 de setembro de 1973.
ESCOLA NACIONAL DE CIRCO
O circo brasileiro hoje é forte e de qualidade. Temos mais de 2.000 circos espalhados por todo o território nacional, e destes, pelo menos 80 estão entre grandes e médios, com trapézios de vôos, animais e grande elenco.
Hoje, as escolas e os projetos que repassam as técnicas circenses se multiplicam no Brasil. Desde a criação da pioneira “Piolin” em 1980 em São Paulo, e depois com a bem sucedida “Escola Nacional de Circo” no Rio de Janeiro (fundada em 1982), jovens de todas as classes sociais têm a possibilidade de aprender as técnicas e os segredos desta arte milenar. Formados, eles vão trabalhar nos circos brasileiros ou no exterior, ou formam grupos que se apresentam em teatros, ginásios e praças.
Modernos e ousados, eles trazem um novo público jovem e urbano, que gosta de rock e capoeira e lota as apresentaçóes da pioneira Intrépida Trupe; dos Acrobáticos Frateili; das Aerodianas; dos Paralapatôes, Patifes e Paspaihóes; da Nau de caros; do Teatro de Anônimo; dos Irmãos Brothers, entre tantas outras trupes que vão abalar no ano 2000.
O circo vive e, como toda vida, se transforma e se renova. Sempre.
ALICE VIVEIROS DE CASTRO Técnico de Artes Cênicas Pesquisadora e Professora da Escola Nacional de Circo